MUNICÍPIO DE JITAÚNA-BA

1. Contexto histórico


Jitaúna é uma cidade localizada a 390 km da capital Salvador, fica entre as margens do Rio Preto e o Rio de Contas, entre os municípios de Ipiaú e Jequié. Sua primeira denominação foi Mija Gás, pois, durante a caminhada dos viajantes e tropeiros em lombos de animais buscando e levando mercadorias para cidade de Jequié, exalava-se um cheiro desagradável das latas de querosenes furadas.

Com o aumento de passagens de pessoas, construções de casas, o nome foi modificado para Esplanada (por ser uma região plana) e, como já havia na Bahia essa mesma identificação mudou-se para Itaúna, que mais uma vez foi modificado pelo mesmo motivo anterior. Assim, acrescentou-se a letra J que gerou o nome Jitaúna, esta nova denominação foi sugerido pelo professor Teodorico Sampaio de Salvador, tendo, significado de Onça Preta e há quem diga que tais palavras significam: JITA = pedra e UNA = água.

Contudo a cidade originou-se a partir de uma cabana de palha construída para hospedar os tropeiros que exploravam a região. Nesta época, destacaram-se as figuras dos fazendeiros Sérgio Bispo e Arcanjo Pereira e, logo depois, dos colonizadores Salvador Amaral e Álvaro Amaral que saíram de Jequié em direção ao Sul à procura de um ponto para negócios e compra de cacau, achando nesta região intermediária entre a zona da mata e o semi-árido baiano, uma excelente oportunidade, principalmente por ser uma via de passagem de tropeiros e exploradores para outras regiões

Com este movimento de viajantes o provado desenvolveu-se tornando distrito de Jequié. No entanto, desde o inicio da década de 60, homens como Albino Cajahyba, Carlos Sá Barreto, Padre Eusínio Alves Gomes, Milton Barbosa de Almeida e Elias D’avila Filho lutavam em busca da emancipação política de Jitaúna. Eles acreditavam que o distrito precisava ser independente, então a busca pelo progresso e desenvolvimento envolveu toda uma população a um esperado plebiscito, inicia-se aí uma grande jornada política entre os munícipes de Jitaúna.

Com isto, no ano de 1958 ocorreu o primeiro movimento pela emancipação, mas só em 1962 que a mesma ocorreu, sendo implantados em 1963 os poderes Executivo e Legislativo no município. O primeiro prefeito foi o Sr. Elias D’Ávila e o presidente da câmara o Sr. Milton Barbosa de Almeida. Para isso, em vinte e dois de dezembro de 1961 foi criada a lei estadual nº 1588 para a emancipação de Jitaúna.


2. Economia


A economia da cidade de Jitaúna advêm de uma forte influência da agricultura cacaueira, bem como, do comércio.

2.1. Influência do cacau


A região onde hoje se situa a cidade de Jitaúna pertencia a sesmaria doada pelo rei Dom José I por volta de 1785, a João Gonçalves da Costa, onde, a partir do final do século XX foram introduzidas na maior parte das terras o plantio da lavoura do cacau, que culminou dessa forma nos surgimentos de inúmeras fazendas cacaueiras. Desta maneira, atraídos pela expansão da economia do cacau vieram imigrantes de italianos e portugueses, além de muitos descendentes de escravos para trabalharem nestas fazendas.


Nos anos que se seguiram, o distrito obteve significativa prosperidade e crescimento urbano, que eram regidos a mãos de ferros pelos coronéis cacaueiros. Esses coronéis conferiram ao distrito uma política de opressão, onde toda a população ficava a mercê de suas vontades e interesses, o que caracterizou um período conhecido como coronelismo. Contudo, no decorrer da história a economia cacaueira entrou em crise, em conseqüência disso a cidade perdeu o rumo do crescimento, de forma, que os gestores surgidos no final da década de 80 aos dias atuais, ainda não conseguiram reestruturar o ritmo de crescimentos existentes em tempos passados.



2.2. Comércio



No comércio, Jitaúna era altamente dependente do Município de Jequié, pois, desde a fundação como vilarejo e graça sua estratégia localização serviu como uma rota obrigatória do comércio crescente da cidade de Jequié, uma vez que não existia ainda rodovia, os mercadores e comerciantes eram obrigados a utilizarem o rio das Contas ou a estrada de terra, que se fez em uma de suas margens. Além disso, o comércio jequieense abasteciam com mantimentos, roupas e materiais de construções a população de Jitaúna.


Neste contexto, o povoado foi impulsionado a construir as primeiras pensões, assim, em 1919, Antônio Mário constrói o primeiro hotel e César Mauro constrói a primeira casa de malhas e tecidos, além de outras compras e vendas. Desta maneira, o comércio foi desenvolvendo gradativamente, destacando-se vários comerciantes como o italiano Severio Giudice, assim como, seus irmãos Zivé e Theodoro Giudice, sendo que o primeiro teve importância no setor de confecções.


O comércio em grande escala estava retido nas mãos de várias famílias italianas, no entanto pode-se destacar também o senhor Nestor José dos Santos, que mostrava um mercador de médio porte, na compra e venda de cacau. È importante salientar, que após a crise do cacau, as famílias italianas da cidade, foram umas das poucas que não se viram afetadas pela crise do cacau, pois as mesmas diversificaram suas atividades econômicas.

Nas atividades comercias, destacam a primeira padaria da cidade que pertencia a Francisco Armentando (italiano), a primeira farmácia, pertencente ao Dr. Monteiro, a grande comercialização de frutas e de farinha de mandioca, onde os pequenos produtores agrícola, abastecia toda cidade de Jequié.

2.3. Econômica atual

Após o declínio da lavoura cacaueira que era uma das riquezas da região sul da Bahia, a economia jitaunense também entrou em decadência total. Com a crise do cacau e a falta de oportunidades no fim da década de 80 e início dos anos 90, a cidade de jitaúna sofreu uma diminuição significativa em sua população e segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) a cidade que no ano 2000 tinha uma população de 21.056 habitantes chega no ano de 2010 com apenas 14.115 habitantes.

Nos dias atuais a economia de Jitaúna tem como base a agricultura, mas nos últimos anos com a falta de investimentos e incentivos do poder público, a agricultura jitaunense se tornou pequena diante do que já foi no passado. Devido ao descaso dos gestores municipais a feira livre que se tornou tradição na cidade passou nos últimos anos a vender produtos vindos de outras cidades da região, contribuindo dessa maneira com a decadência da agricultura local. Com toda essa crise na agricultura de Jitaúna ainda tem um comércio que movimenta a economia da cidade nos dias atuais com seus supermercados e lojas de diversos artigos. Também vale ressaltar, a grande participação dos aposentados da cidade que impulsionam o comércio local.


Fonte: Documentos, Jornais e Revistas da Prefeitura Municipal de Jitaúna-Ba.